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Acupuntura para capsulite adesiva (ombro congelado)

  • Foto do escritor: Dr. Joaquim Ribeiro
    Dr. Joaquim Ribeiro
  • 30 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de fev. de 2021


Acupuntura na prática clinica para ombro congelado

O termo "ombro congelado" é o nome popular associado aos sintomas da capsulite adesiva (CA) que é uma nomenclatura adotada para caracterizar uma síndrome de contratura do ombro. Na CA ocorre o comprometimento restritivo de movimento do ombro e dor, perfazendo um ciclo em que a dor limita o movimento e a ausência de movimento propicia a perda de mobilidade, diminuindo assim a amplitude de movimento (ADM). A região inferior da capsula é mais frágil e fina, e esta é esticada quando o ombro é elevado, exercendo grande esforço sofre a estrutura, durante a abdução. É também a região que tenciona a cabeça do úmero para dentro da fossa glenoidal, com isso, irritando ainda mais os tecidos moles adjacentes.


Além dos comprometimentos osteomioarticulares, há ainda, condições fisiológicas que predispõe ao desencadeamento da CA, como o hipotireoidismo, que favorece estes pacientes à doenças do tecido conjuntivo, estando a CA relacionada à presença do anticorpo para tireoperoxidades (anti-TPO). Além disso, a instalação do doenças relacionadas aos níveis de glicose sanguínea, favorecem um evento denominado “reação de Maillard”, que permite a interação da glicose com proteínas colágenas, até a formação de produtos finais da glicosilação avançada, causando disfunção do colágeno e com isso alterando suas propriedades, um exemplo clássico é o diabetes.


Analisados em conjunto, são muitas as hipóteses para o desencadeamento do “ombro congelado”, com manifestações biológicas e a ação de inúmeras vias de sinalizações moleculares potencias para demonstrar a natureza desta doença. A CA pode ser dividida em 3 estágios principais:


Estágio 1. Este estágio é caracterizado pela queixa de dor em isometria, principalmente a noite, que são intensificadas ao final da ADM ativos e passivos. Progressivamente, ocorre perda de movimento em flexão, abdução, rotação interna e externa. Em análise histopatológica é possível ver a presença de infiltrado inflamatório e sinovite hipervascular.


Estágio 2. Geralmente, entre 3 e 9 meses os sintomas de “congelamento” do ombro estão presentes, com dor crônica e perda progressiva da ADM, exacerbando os sintomas do estágio 1. No estágio 2, os movimento estão limitados para flexão, abdução, rotação interna e externa. Os achados do estágio 2 são respostas da diminuição do volume capsular causado pela sinovite, com consequente ressecamento do liquido sinovial, gerando dor. Já foi documentada a presença de hipertrofia capsular, com fibrose e sem presença de infiltrado inflamatório nesta fase.


Estágio 3. Teoricamente, o paciente está ao fim da faze dolorosa, exceto ao forçar a amplitude máxima do movimento. Em biópsia, é encontrado tecido colágeno, camada sinovial fina e sem hipertrofia ou aumento vascular.


Acupuntura Rio Grande Dr. Joaquim Ribeiro

Inúmeros são os tratamentos para CA, contudo, é a fisioterapia e acupuntura que se destacam, Isso porque a manipulação da agulha de acupuntura induz pequenas lesões que promovem respostas bioquímicas positivas, mediando o processo de reparação local, além e obter um efeito terapêutico através da modulação da transmissão de fibras eferente mediada pelo reflexo axonal, Assim, os resultados da acupuntura na CA são obtidos destacando principalmente seus efeitos analgésicos, onde um dos mecanismos propostos a justificar sua eficácia é modulação de neurotransmissores que contribuem no recrutamento do sistema de sinalizações bioquímicas, com liberação de agentes opióides endógenos e ativação do sistema endocanabinoide, ação de canais iônicos, bem como ativação de vias inibitórias neuronais.


Na medicina tradicional chinesa (MTC), a condição patológica da CA é tida como uma convergência do “Qi áspero” e do sangue, estagnação de sangue e pigarro quente ou frio, e estes fatores bloqueariam os meridianos e canais, causando dor e diminuição funcional articular. Notem que estes termos pouco tem significado no conceito ocidental de medicina, contudo, são primários no diagnóstico pela MTC. Portanto, o que se sabe até agora é que o melhor resultado virá do melhor diagnóstico e tratamento, com uso dos pontos de acupuntura adequados, e para isso, se deve unir os conhecimentos dos dois conceitos em um só propósito, a melhora e bem estar do paciente .


Falar de acupuntura para CA e não tocar em pontos chave do tratamento, é o mesmo que "chover no molhado", por esse motivo, destaco alguns dos pontos mais utilizados na prática clínica, que são: ponto “Tiaokou” (ST38) em direção ao “Chengshan” (UB57); ponto “Tiaokou”, que fica a 5 cum distal do “Zusanli” e também o UB57, que fica na linha do ventre do músculo gastrocnêmio (origem da bifurcação entre gastrocnêmio medial e lateral); ponto “Zusanli” (ST36). Porém, a escolha dos pontos deverão seguir a lógica da avaliação do paciente, com base na anamnese e adequado diagnóstico, a fim de elencar os pontos certos e promover o melhor tratamento.


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